domingo, 2 de abril de 2017

CADA UM SABE DE SI

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CADA UM SABE DE SI

Muitas vezes perdemos nosso tempo e sono preocupados com as atitudes e escolhas de vida do pai, da mãe, do irmão, da irmã, do marido, da esposa, do filho, da filha, do tio, da tia, da prima de quarto grau, e por ai vai.
Aqui vai uma pequena elucidação sobre este tema.

Joaquim se preocupava muito com o pai que costumava dirigir alcoolizado. Ele perdia o sono só em imaginar que o pai pudesse beber e dirigir. Joaquim tinha medo que o pai pudesse se tornar um assassino pelo mau uso do carro enquanto tomado pelo efeito do álcool. Joaquim escondia a chave do carro com o intuito de evitar que o pai pudesse sair. Ele realmente ocupava sua mente em proteger o pai e as outras pessoas. Foram muitos anos de preocupação. Joaquim já estava muito desiludido com o pai, já não agüentava mais aquela situação tóxica e corrosiva. Certo dia, Joaquim pegou o pai pelos braços e olhou profundamente nos seus olhos e disse: “eu espero nunca encontrar um Jairo na minha estrada”. O pai atento as palavras do filho, sem hesitar e com a mesma firmeza nos olhos respondeu a Joaquim: “cuida da tua vida, que eu cuido da minha.”

A primeira circunstância que devemos entender: Nós podemos ORIENTAR as pessoas a buscarem solucionar seus problemas, mas não podemos nos envolver trazendo para nossas vidas os problemas dos outros. Quanto mais nos envolvemos nos problemas alheios, mais deixamos de focar na nossa própria vida e na resolução dos nossos problemas.

Joaquim precisava entender que Jairo era um homem vivido, já tinha alcançado 76 anos de idade, e com certeza, Jairo já tinha durado o suficiente para entender que álcool e direção não combinam, e que um carro pode se tornar uma máquina assassina se usada de forma inconseqüente e irresponsável. Joaquim devia compreender que com 76 anos de idade, Jairo já sabia de muitas coisas, e certamente que o uso do veiculo enquanto alcoolizado não era por falta de informação, mas uma ESCOLHA. Jairo simplesmente assumira o risco de se tornar um suicida e ou um assassino.

Algumas pessoas ouvem nossos conselhos e orientações, mas no final das contas, fazem aquilo que querem. Isso acontece, porque cada um sabe de si. Cada um tem uma história de vida. Cada um tem seus traumas, bloqueios e crenças. Cada um se sabota ao seu modo. Cada um sente de um jeito próprio os acontecimentos de sua vida.

Se você tem a informação para orientar as pessoas, FAÇA, MAS não se envolva com as escolhas dos outros. Entenda que as pessoas precisam passar por certos processos de aprendizagem, e se Jairo precisa sofrer um acidente para deixar de fazer escolhas ruins para sua vida, ele vai assumir esse risco, e não há nada que o filho Joaquim possa fazer para impedir. Joaquim não tem o controle sobre todos os passos do pai.

Joaquim se dedicou tanto a controlar o pai que se esqueceu de cuidar de sua própria vida.

Ajude, oriente se você puder, mas não carregue as pessoas nas suas costas, porque ao final cada um escolhe de acordo com o que sente e entende, e se isso é bom ou ruim, não importa para você, porque você precisa se ocupar mesmo é com a sua vida.

Obs.: Joaquim e Jairo foram nomes escolhidos aleatoriamente, qualquer semelhança é mera coincidência.

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